Guerra do Sudão : Crime humanitário

 


Esse texto possuí uma opinião própria sobre inúmeras questões sociais, sem o intuito de usar discursos padrões ou politicamente correto, nem escrever o que a grande maioria quer ouvir.

Então aqueles que pretendem ler coisas desse tipo, saiam agora do texto e não continuem.

  

Nos últimos dias as mídias convencionais vincularam notícias sobre a maior crise humanitária da história moderna estimando-se mais de 18 milhões de pessoas com fome aguda no Sudão.

Mas o que realmente está acontecendo lá?

Parece que estou tendo um dejavú. Pois novamente me pergunto cadê os cidadãos de bem das redes sociais que não falam nada sobre as pessoas que estão passando fome lá?

Cadê os defensores dos fracos e oprimidos que, pra apoiar genocida são uns leões, mas agora pra apoiar crianças desnutridas são uns gatinhos assustados.

Pra defender uns milionários inúteis brigando por bobagem, tem tempo, agora pra defender o povo, falta. E os milionários que não tem mais o que fazer da vida além de espalhar fake news e gastar dinheiro com bobagem, por que não estão ajudando?

Essa gente pode ajudar, tem fundos e formas de fazê-lo, por que ficam perdendo tempo brigando por bobagem e gastando dinheiro com coisas inúteis? Todo esse dinheiro jogado fora poderia salvar o país inteiro.

O mundo se perdeu. A sociedade se perdeu. Essa porcaria desse sistema fracassado que defende competição e individualismo só pode gerar:

Guerra, crise e violência.

 

Depois desse breve desabafo que aliás como eu disse parece um dejavu, embora da outra vez tenha sido com o Iêmen, voltemos ao Sudão.

 

Em meados de 2004 o ex-presidente Omar Al-Bashir mobilizou uma milícia árabe de nome Janjaweed que opera até o momento na região de Dafur. Essa milícia, da qual as RSF de hoje em dia possuem raízes amplas, foi criada com o intuito de impedir uma rebelião de grupos não-árabes na região. Porém, estima-se que durante a época, mais de 300 mil pessoas desses grupos de minorias étnicas foram assassinadas. Além do estupro ter sido amplamente utilizado com o intuito de aterrorizar as comunidades negras.

O governo e a milícia negaram as acusações e como nossa boa justiça funciona que é uma beleza, ninguém foi condenado.

É a Disneylandia é só negar e fica por isso mesmo.

Em 2019 o Sudão entrou em um outro momento tenso quando protestos de rua e um golpe militar derrubaram o presidente Bashir depois de três décadas.

Criou-se um governo cívico-militar conjunto.

Em 2021 esse governo foi novamente derrubado por uma união entre as RSF, uma força paramilitar sudanesa criada baseando-se nos preceitos dos Janjaweed e o exército convencional do país. Mas, os dois discordaram sobre a proposta de mudança do regime político.

Em abril do ano passado, as RSF reposicionaram seus membros por todo o Sudão. O exército convencional entendeu isso como uma ameaça e a guerra começou.

Dali em diante foram bombardeios de ambos os lados sem se preocupar com nada, nem ninguém. Além disso as RSF promovem um genocídio étnico, principalmente contra os povos Masalit.

As RSF estupram as mulheres com a intenção de deixa-las aterrorizadas e matam todos que são de minorias étnicas negras.

Povo Sudanês tentando fugir dos crimes do país.
A ONU (que nunca faz nada que preste, afinal só se preocupa consigo mesma) e os EUA (idem a primeira) afirmam que ambos cometeram inúmeros crimes de guerra. Mas claro que os dois lados negam.

Enquanto isso o povo está passando fome. O país está entrando em uma crise humanitária gigantesca. Não há alimentos, não há empregos, não há como se sustentar, bombas caem diariamente nas ruas.

Relatos de mães vendo seus bebês recém-nascidos desnutridos e a beira da morte. Será que esses monstros desses milionários e desses governantes não tem filhos? Será que eles não conseguem entender a dor de ver um filho agonizando a beira da morte por falta de comida?

Parece-me que os governantes e essa gente que tem dinheiro (não podemos nem os chamar de gente na real) são monstros insanos, que vendem até crianças por poder. Bom, no Brasil vimos um deles literalmente matar a mãe por ideologia. O inferno é pouco pra esse tipo de monstro. E para que?

Quem vencer a guerra vai comandar o que?

Será que o ego desses monstros não entende que não vai sobrar nada pra essas bestas comandarem?

E os cúmplices que fingem não ver isso? Que podem ajudar, mas fecham os olhos?

Agora claro, pra postar bobagem no twitter e postar fotinho de "somos todos Ucrânia, ou somos todos Israel" isso sabem.

Vai lá Tio Sam, destrói o mundo e leva esses sem cérebro das redes sociais junto.

A natureza tem razão em tentar se livrar do ser humano.

A única coisa que eu me pergunto é se essas pessoas realmente acreditam que estão certos e se elas realmente não sabem por que tanta catástrofe acontece ao mesmo tempo.

A questão é a seguinte: é burrice ou canalhice?

Fica a dúvida. Mas eu apostaria na segunda.

 

Referências:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/03/22/tem-150-pessoas-enterradas-aqui-e-conhecia-quase-todas-so-eu-sobrei-o-inferno-da-guerra-esquecida-no-sudao.ghtml

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/sudao-podera-ter-a-maior-crise-de-deslocamento-do-mundo-diz-agencia-da-onu/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Omar_al-Bashir

 

Referência das imagens:

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/04/sudao-esta-em-guerra-civil-entenda-conflito-que-matou-mais-de-500-pessoas.shtml

https://www.acnur.org/portugues/2024/04/12/milhares-de-pessoas-ainda-fogem-do-sudao-diariamente-apos-um-ano-de-guerra/

Orgulho e Preconceito

 


Orgulho e Preconceito é o livro mais famoso da brilhante autora inglesa Jane Austen, escrito originalmente sobre o nome "First Impressions" em 1797 quando sua autora tinha menos de 21 anos. Mas só foi realmente publicado em 1813, já sobre o nome "Pride and Prejudice". Estima-se que o livro possua mais de 2 milhões de copias e exerce um tremendo fascínio nos leitores da atualidade. O livro teve inúmeras adaptações para o cinema.

Jane Austen nasceu em Steventon na Inglaterra em 1775, era a sétima filha de um pároco de oito irmãos. Jane pertenceu a uma família da nobreza agraria e sua vida serviu como base e cenário para a grande maioria de seus livros.

Pintura de Jane Austen

A história nos mostra como Elizabeth Bennet lida com a vida na sociedade de sua época. Sendo a segunda filha de um proprietário rural na cidade fictícia de Meryton, em Hertfordshire.

As mulheres desse período eram consideradas moedas de troca onde os pais e maridos conseguiam vantagens e interesses através desses arranjos. Assim o casamento se torna figura central na história. Onde por um lado as mulheres tem como obrigação se casar cedo com o melhor partido possível e por outro os homens buscam as vantagens que um casamento possa lhes trazer.

Nesse contexto a autora nos mostra muito mais do que um romance, mas também uma crítica social de sua época.

Elizabeth assume a figura central do livro, como uma mulher forte, destemida, estudiosa e leitora nata que embora compartilhe da lógica da cultura de sua época, não abandona seus sonhos e desejos por vantagens monetárias ou de visibilidade. Fato esse representado pela sua recusa a dois pedidos de casamento, do clérigo Collins e do Sr Darcy.

Mas a força das mulheres não está só em Elizabeth, pois, também vemos essa perspectiva em suas irmãs, que embora façam escolhas não muito boas como sua irmã Lydia, tem total controle de suas vidas e seus destinos. 

A genialidade de Austen também nos coloca de frente a 4 tipos diferentes de casamentos.

Tendo na figura do famigerado Collins e da amiga das Bennets, Charlotte Lucas, como um casamento sem amor, um casamento por puro interesse de ambos os lados. Onde Charlotte se sente velha para casar e Collins não se preocupa com a mulher com a qual quer casar, tendo simplesmente decidido casar como uma obrigação devido a sua posição como pároco.

Já Lydia e Wickham nos mostram um casamento por imaturidade, por impulsividade da parte da mulher e interesse financeiro por parte dele. O segundo foge da cidade por questão de dividas e é seguido por Lydia onde se casam fora sem pensar nas consequências e naquilo que isso viria a acarretar no futuro. Ambos personagens de caráter duvidoso. Wickham não possuí nenhum interesse na mulher, gerando um arrependimento futuro para a Bennet.

Vemos também o casamento de Jane e Bingley que embora possua amor, nos demonstra dois personagens muito calmos, ingênuos e serenos. A ponto de serem manipulados e influenciados por aproveitadores e amigos durante toda a história. Representados principalmente pelas figuras respectivamente da irmã de Bingley e de Darcy.

Elizabeth e Darcy, filme de 2005.
E por último vemos o casamento por amor de Elizabeth e Darcy. Os dois personagens muito aflorados no seu "orgulho e preconceito". Ambos deixando bem claros seus preconceitos representados pela opinião e julgamentos de Elizabeth ao ouvir história sobre Darcy sem nunca ter tirado a limpo a veracidade delas. Ao mesmo que tempo que vemos em Darcy seu orgulho e arrogância de aristocrata que vê desvantagens e vergonhas sociais pra aproximar-se dos rurais Bennets, tanto para ele quanto para seu nobre amigo Bingley.

Vemos também a relação dos pais nesse contexto. Onde a Senhorita Bennet contribui e muito para os preconceitos de Darcy, já que em busca de um casamento rico para suas filhas, acaba as envergonhando inúmeras vezes durante o romance. O Senhor Bennet um homem reservado e avido leitor que negligencia e muito a criação de suas filhas, deixando-as nas mãos das ideias da Senhora Bennet. O que contribui também para o caráter de Lydia.

Assim como vemos a relação de Darcy e seu finado pai, aristocrata, preconceituoso, mimando seu filho a ponto de o transformar em um homem arrogante, egocêntrico e vaidoso.

Ao longo da trama vemos a relação de Darcy e Elizabeth que entre discussões, orgulho e preconceito acabam por se entenderem e fecharem a história se casando na tão sonhada Pemberley.

O retrato que Austen nos demonstra de sua época é extremamente poderoso. Ela nos dá um panorama da cultura social de sua época, ao mesmo tempo que suas personagens mesmo tendo sonhos comuns para essa sociedade, buscam serem donas de si mesmas, lutando e criticando a cultura de sua sociedade.

 

Referências:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Orgulho_e_Preconceito

https://www.amazon.com.br/Orgulho-Preconceito-Jane-Austen/dp/8544001823

https://www.google.com/search?q=orgulho+e+preconceito&rlz=1C1GCEB_enBR1073BR1073&oq=orgulho+e+preconceito&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIHCAEQABiPAjIHCAIQABiPAtIBCTM2NjFqMGoxNagCCLACAQ&sourceid=chrome&ie=UTF-8

 

Referências das imagens:

https://brasilescola.uol.com.br/literatura/orgulho-e-preconceito.htm

https://www.techtudo.com.br/guia/2023/07/onde-assistir-a-orgulho-e-preconceito-relembre-enredo-e-elenco-do-filme-streaming.ghtml

https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/jane-austen.htm

O deserto

 



O deserto. Ao longe vejo os raios do sol brilhando. O vento sopra quente.

Mesmo com a roupa me protegendo ainda sinto seu poder sobre mim.  

Ao longe uma caravana. Nômades. Uma família. Parecem conversar felizes. Aparentam rir e se divertir enquanto guiam sua caravana de camelos.

À medida que me aproximo rapidamente seus olhares me encontram e sorriem para mim...

A caravana já ficou para trás, ainda posso vê-los se afastar pelo meu retrovisor.

A visão me faz refletir sobre a vida.

O que é felicidade de verdade? O que é realmente necessário?

Eles têm uns aos outros. Seus animais, o deserto.

Nós diríamos que eles são pobres. Que não têm nada, que são atrasados, retrógrados, não civilizados.

Mas será que realmente são? Será que não estamos invertendo as coisas?

Afinal eu que me encontro sozinho nessa máquina. As luzes artificiais de minha companhia brilham várias e várias vezes. Enquanto seus sorrisos desaparecem rapidamente em meu retrovisor.


*Conto de autoria própria.

Referência da imagem:

https://www.shutterstock.com/pt/search/tuareg

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