Orgulho e Preconceito é o livro mais famoso da
brilhante autora inglesa Jane Austen, escrito originalmente sobre o nome "First
Impressions" em 1797 quando sua autora tinha menos de 21 anos. Mas só foi
realmente publicado em 1813, já sobre o nome "Pride and Prejudice". Estima-se
que o livro possua mais de 2 milhões de copias e exerce um tremendo fascínio
nos leitores da atualidade. O livro teve inúmeras adaptações para o cinema.
Jane Austen nasceu em Steventon na Inglaterra em 1775,
era a sétima filha de um pároco de oito irmãos. Jane pertenceu a uma família da
nobreza agraria e sua vida serviu como base e cenário para a grande maioria de
seus livros.
Pintura de Jane Austen |
A história nos mostra como Elizabeth Bennet lida com a vida na sociedade de sua época. Sendo a segunda filha de um proprietário rural na cidade fictícia de Meryton, em Hertfordshire.
As mulheres desse período eram consideradas moedas de
troca onde os pais e maridos conseguiam vantagens e interesses através desses
arranjos. Assim o casamento se torna figura central na história. Onde por um
lado as mulheres tem como obrigação se casar cedo com o melhor partido possível
e por outro os homens buscam as vantagens que um casamento possa lhes trazer.
Nesse contexto a autora nos mostra muito mais do que
um romance, mas também uma crítica social de sua época.
Elizabeth assume a figura central do livro, como uma
mulher forte, destemida, estudiosa e leitora nata que embora compartilhe da
lógica da cultura de sua época, não abandona seus sonhos e desejos por vantagens
monetárias ou de visibilidade. Fato esse representado pela sua recusa a dois
pedidos de casamento, do clérigo Collins e do Sr Darcy.
Mas a força das mulheres não está só em Elizabeth,
pois, também vemos essa perspectiva em suas irmãs, que embora façam escolhas
não muito boas como sua irmã Lydia, tem total controle de suas vidas e seus
destinos.
A genialidade de Austen também nos coloca de frente a
4 tipos diferentes de casamentos.
Tendo na figura do famigerado Collins e da amiga das
Bennets, Charlotte Lucas, como um casamento sem amor, um casamento por puro
interesse de ambos os lados. Onde Charlotte se sente velha para casar e Collins
não se preocupa com a mulher com a qual quer casar, tendo simplesmente decidido
casar como uma obrigação devido a sua posição como pároco.
Já Lydia e Wickham nos mostram um casamento por
imaturidade, por impulsividade da parte da mulher e interesse financeiro por
parte dele. O segundo foge da cidade por questão de dividas e é seguido por
Lydia onde se casam fora sem pensar nas consequências e naquilo que isso viria a
acarretar no futuro. Ambos personagens de caráter duvidoso. Wickham não possuí nenhum
interesse na mulher, gerando um arrependimento futuro para a Bennet.
Vemos também o casamento de Jane e Bingley que embora
possua amor, nos demonstra dois personagens muito calmos, ingênuos e serenos. A
ponto de serem manipulados e influenciados por aproveitadores e amigos durante
toda a história. Representados principalmente pelas figuras respectivamente da
irmã de Bingley e de Darcy.
E por último vemos o casamento por amor de Elizabeth e
Darcy. Os dois personagens muito aflorados no seu "orgulho e
preconceito". Ambos deixando bem claros seus preconceitos representados
pela opinião e julgamentos de Elizabeth ao ouvir história sobre Darcy sem nunca
ter tirado a limpo a veracidade delas. Ao mesmo que tempo que vemos em Darcy
seu orgulho e arrogância de aristocrata que vê desvantagens e vergonhas sociais
pra aproximar-se dos rurais Bennets, tanto para ele quanto para seu nobre amigo
Bingley.Elizabeth e Darcy, filme de 2005.
Vemos também a relação dos pais nesse contexto. Onde a
Senhorita Bennet contribui e muito para os preconceitos de Darcy, já que em
busca de um casamento rico para suas filhas, acaba as envergonhando inúmeras
vezes durante o romance. O Senhor Bennet um homem reservado e avido leitor que
negligencia e muito a criação de suas filhas, deixando-as nas mãos das ideias
da Senhora Bennet. O que contribui também para o caráter de Lydia.
Assim como vemos a relação de Darcy e seu finado pai, aristocrata,
preconceituoso, mimando seu filho a ponto de o transformar em um homem
arrogante, egocêntrico e vaidoso.
Ao longo da trama vemos a relação de Darcy e Elizabeth
que entre discussões, orgulho e preconceito acabam por se entenderem e fecharem
a história se casando na tão sonhada Pemberley.
O retrato que Austen nos demonstra de sua época é extremamente
poderoso. Ela nos dá um panorama da cultura social de sua época, ao mesmo tempo
que suas personagens mesmo tendo sonhos comuns para essa sociedade, buscam
serem donas de si mesmas, lutando e criticando a cultura de sua sociedade.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orgulho_e_Preconceito
https://www.amazon.com.br/Orgulho-Preconceito-Jane-Austen/dp/8544001823
Referências das imagens:
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/orgulho-e-preconceito.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/jane-austen.htm
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