O Tempo

 


O que é o tempo?

É algo natural? É algo a ser descoberto ou uma criação humana? É um sentimento?

Durante toda a História essas perguntas moveram o pensamento de inúmeros pensadores. Homens como Santo Agostinho, Newton, Kant, Descartes pesquisaram, pensaram e discutiram seu conceito.

Agostinho traz como principal característica do tempo o “não ser”, ou seja, o futuro ainda não chegou, o presente torna-se pretérito a todo o momento e o passado simplesmente não existe. Segundo o pensador, o passado existe segundo a nossa memória, o futuro segundo a nossa expectativa. Já o presente seria a percepção imediata do real.

Assim Agostinho traz a ideia de tempo como subjetivo, algo ligado a nossas impressões mentais, culturais e sociais.

Na mesma concepção subjetiva temos as ideias de Kant. Porém, nosso querido Prussiano coloca o tempo como uma relação subjetiva de quem nós somos em relação aos objetos. Ou seja, o tempo seria uma espécie de intuição interna nossa que apreende e recebe algo externo, a medida que este algo nos afeta.

Immanuel Kant
 Assim, o tempo se torna uma pressuposição baseada na relação que nós temos com os objetos do real. Segundo Kant só conhecemos aquilo que nós mesmos colocamos nas coisas. Ou seja, nós mesmo damos sentido as coisas. Um objeto do presente se apresenta para nós e gera automaticamente uma intuição. Está cria uma sensibilidade que gera as nossas noções de tempo, espaço.

Junto de Kant e Agostinho também podemos citar a teoria da relatividade de Albert Einstein que coloca o tempo como algo que pode ser sentido de diferentes formas por diferentes pessoas.

Já Newton defende a ideia de que o espaço e o tempo possuem uma existência independente de tudo, fluindo uniformemente do passado para o futuro. Segundo Newton há dois tempos, o tempo Absoluto e o tempo relativo. Sendo o primeiro o verdadeiro, o matemático, que tem sua própria natureza e flui independente de qualquer coisa. Já o relativo é aquele que nós contamos. O tempo relativo seria uma criação nossa que utilizamos no lugar do tempo verdadeiro para quantificar o espaço.

Já a Antropologia e a História tem suas próprias concepções de tempo.

A Antropologia baseia sua concepção de tempo na concepção dos povos, ou seja, cada povo tem sua própria concepção dependente de seu sistema de valores e crenças. Dando como exemplo podemos usar a relação do tempo industrial, onde seguimos o tempo do relógio. Enquanto culturas camponesas utilizam o clima como seu principal marcador temporal.

O chamado tempo histórico assim como o antropológico compreende o tempo como uma construção subjetiva ao povo. Porém, utiliza marcos históricos como referências para construção de calendários e marcações temporais.

E o tempo hoje? Vivemos no tempo do relógio industrial. O tempo do capitalismo, onde precisamos acelerar cada vez mais o tempo e diminuir cada vez mais o espaço. Onde tempo e dinheiro se tornam sinônimos. Onde perder vinte minutos refletindo sobre nós mesmos ou lendo um livro é condenável. Precisamos acelerar, tornar tudo mais rápido.

Essa é a evolução natural do tempo fluido de Newton? Ou somente mais uma relação subjetiva nossa para com os objetos?

Essa lógica é boa? Para quem?

Talvez o conceito de tempo seja uma das principais perguntas que movem a história. Inúmeras teorias, inúmeras teses. Muitas respostas. Todas certas? Todas erradas?

O fato é que as coisas mudam, o mundo gira, evolui, cresce, diminui, regride, morre. Assim como nos mostra Heráclito tudo flui em um mundo de transformações infinitas. O tempo talvez não seja diferente.

Talvez nunca saibamos a resposta, pois o que move o mundo são as perguntas e não as respostas.

Somos filhos do nosso tempo, da nossa cultura.

O que não podemos esquecer é que independente do que é certo, errado. Ou da resposta para essa questão, o tempo para nós é finito, por isso não podemos desperdiça-lo.


Referências:

Texto: 

https://www.scielo.br/j/icse/a/YqNpJgmC33VMXVNR3jNg4WD/?lang=pt&format=pdf

http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252002000200029

http://www.iea.usp.br/noticias/concepcao-de-tempo-em-diferentes-sociedades

https://www.todamateria.com.br/contagem-do-tempo-na-historia/

Imagens:

Relógios: https://proced.fia.com.br/o-tempo-como-o-ser-mais-eficaz/

Kant:  https://www.todamateria.com.br/immanuel-kant/

Fugindo do relógio: https://falauniversidades.com.br/como-o-capitalismo-afetou-a-nossa-percepcao-de-tempo/


Fahrenheit 451

 

Capa do livro da Biblioteca Azul.

Um clássico da ficção científica escrito por Ray Bradbury.

O autor nasceu nos Estados Unidos, em 1920. Escreveu romances, contos, peças, poesia e roteiros para filmes, mas se tornou famoso com seus romances visionários.

Vindo a falecer em junho de 2012, foi considerado um dos mais importantes nomes da ficção científica, vendendo mais de 8 milhões de cópias de seus livros.

Dele, a Biblioteca Azul publicou Fahrenheit 451 (romance), Prazer em queimar (contos), As crônicas marcianas (contos) e A cidade inteira dorme e outros contos.

Fahrenheit 451 é considerado por alguns como a obra-prima do autor, tendo surgido do conto “O bombeiro” que está no livro “Prazer em queimar: histórias de Fahrenheit 451.

O livro teve inúmeras adaptações para o teatro e duas para cinema. Uma clássica dirigida pelo lendário François Truffaut e uma mais atual produzida pela HBO e estrelada pelo ator Michael B. Jordan.


O livro conta a história do bombeiro Guy Montag.

No universo de Bradbury a tecnologia chegou a um ponto onde a literatura está ameaçada. Os livros são proibidos. Seus portadores criminosos e os bombeiros pagos para manter a ordem, queimando-os.

Montag tem uma vida comum e normal, mas passa a questionar a sociedade a partir de acontecimentos envolvendo sua esposa e uma menina chamada Clarisse.

Fahrenheit traz uma análise extremamente interessante sobre o poder da tecnologia e o impacto delas para a sociedade. O autor debate questões sobre o que é a real liberdade? O que é felicidade? Até que ponto controlamos ou somos controlados pela tecnologia? A tecnologia é realmente neutra?

O autor escreve na época do Macartismo estadunidense mas acerta na nossa sociedade. Se tornando um clássico bem atual.

Tendo sido lançado em 1953 é uma história surpreendente e de leitura obrigatória para refletirmos sobre nós mesmos. 

 

Referências:

Texto e imagem:

https://www.amazon.com.br/Fahrenheit-451-Ray-Bradbury/dp/8525052248

Imagem:

https://factotumcultural.com.br/2020/07/23/fahrenheit-415-versoes-1966-e-2018/



Feliz Ano Novoooo!!!

Feliz Ano Novooo !!!

Todos desejam feliz ano novo, conquistas e coisas boas no ano que está por vir.

Mas o que é o ano novo? Qual sua origem?

O Ano Novo assim como inúmeros outros feriados durante o ano receberam vários tipos de interpretações e formas de serem comemorados durante a História. Essa data traz consigo inúmeras questões correlacionadas, como crenças, reflexões, planos…

Inúmeras religiões têm sua própria forma de comemorá-lo. Tendo inclusive seu próprio dia, fazendo referência a seus respectivos calendários e sua própria lógica cultural.

Os Judeus por exemplo, que possuem um calendário lunar, o comemoram no sétimo mês de seu calendário, equivalente ao final de setembro início de outubro.

Já os muçulmanos comemoram no início do mês de Muharram, finalizando no décimo dia do mesmo mês. Estes fazendo referência ao êxodo de Maomé.

Ambas as culturas têm algo em comum. Estas utilizam o feriado de Ano Novo como um momento de introversão, meditação, reflexão e paz. Contrário da nossa lógica de festejos.

Ideia essa que possui raízes na cultura Romana, onde era comemorado o dia ao Deus Jano. Deus das mudanças e transições.

Deus Jano
É nessa mesma Roma, que com a adição do calendário Gregoriano inicia-se a comemoração na data onde é celebrado o feriado na maioria dos países modernos.

Os Chineses que assim como os Judeus também possuem calendário lunar. Estes comemoram o feriado em uma data móvel, que depende das fases da lua (entre Janeiro e Fevereiro na nossa concepção) sendo seguidos por boa parte da cultura Oriental. 

Dragão Chinês.
Os Chineses também possuem inúmeras comemorações e festas, tendo o Dragão como principal agente. mbolo da limpeza das coisas ruins e do recomeço.

Se formos mais para trás ainda na História podemos notar que na antiguidade se comemorava uma data marcada pela ideia de recomeço. O reinício da vida, marcado pelo fim do inverno e início da primavera. O que corresponderia para nós em Março.

O Ano Novo torna-se dessa forma uma gama de crenças, de ideias, de interpretações, de indagações, de simbolismos. A grande maioria pautada na ideia de reflexão, de esperança.

No Brasil temos a ideia de Réveillon, uma palavra de origem francesa que significa despertar, acordar, reanimar.

Independente de onde se originou, da crença, da religião, do modo de ser comemorado. O Ano Novo traz mais do que um feriado onde comemos e bebemos muito. O Ano Novo nos traz como simbolismo a oportunidade de repensarmos aquilo que fizemos e aquilo que queremos fazer para o próximo ano. Refletirmos sobre nós mesmos, sobre nossas famílias, sobre aquilo que temos e que queremos ter em um futuro que está por vir.

Alguém dirá que é possível fazermos isso todos os dias. E errado não está. Mas, as vezes precisamos de um marco, de uma data que feche um ciclo para que possamos começar outro.

Assim como o Dragão que apaga as coisas ruins e Jano que traz a mudança.

É tempo de refletirmos e de repensarmos. Um sábio uma vez disse.

Se você quer mudar o mundo, comece mudando a si mesmo.

Feliz Ano Novo!!!

 

 

Referências:


Texto:

https://www.todamateria.com.br/ano-novo/

https://www.cet.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=412:feliz-ano-novo-conheca-a-origem-as-tradicoes-e-as-simpatias&catid=34&Itemid=101

https://www.significados.com.br/reveillon/ 

Imagens:

Jano: https://www.mitoselendas.com.br/2021/11/jano-deus-romano-do-tempo-principios.html

Dragão: https://shaolinwushu.com.br/danca-do-leao/

Fogos: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-12/ano-novo-fogos-de-artificio-exigem-prudencia-e-manuseio-correto

 

Samoa

O Estado Independente de Samoa é um pequeno país independente da Oceania. A Oceania é o menor continente do mundo, formado principalmente ...