Samoa


O Estado Independente de Samoa é um pequeno país independente da Oceania.

A Oceania é o menor continente do mundo, formado principalmente por ilhas, formando aproximadamente 9 milhões de km². O continente é conhecido como “Novíssimo Mundo”. Já que foi descoberto depois das Américas, conhecidas como Novo Mundo. Tem representado na Australia sua maior ilha.

O continente possuí 14 países e 22 dependências. Samoa é um dos países independentes, porém conta com uma pequena ilhota chamada de Samoa Americana que ainda é mantida pelos Estados Unidos.

As ilhas no geral possuem uma cultura rica e inúmeras curiosidades, como o fato de nenhuma delas possuir fronteiras terrestres, sendo totalmente separadas pelo oceano.

As ilhas de Samoa estão localizadas ao sul do Oceano Pacifico, na zona etnogeografica da Polinésia. O Estado consiste em nove ilhas vulcânicas, tendo em Savai’i e Upolu, 99% de seu território terrestres. Está última é lar de três quartos da população do país e de sua capital Apia. A Leste dessa ilha está a ilha de Samoa Americana que pertence aos EUA.

O país possuí aproximadamente 178 mil habitantes, sendo 93% de samoanos, e 7% de descendentes de outros polinésios e de Europeus.

Samoanos.


Seu governo é uma república parlamentarista e sua economia gira em torno da agricultura e do turismo. Mas o país está em uma ascensão em aspectos socioeconômicos.

Falar na História das culturas dessas ilhas é algo muito complicado, pois, existem pouquíssimos estudos sobre o assunto. O país adquiriu sua independência somente em 1962 e ainda assim foi a primeira ilha a conseguir isso. Porém sua história está entrelaçada a dos polinésios e se torna impossível falar em Samoa sem falar da polinésia.

A polinésia é uma área geográfica formada em torno do povo étnico-linguístico de mesmo nome. Essa área abrange uma das três grandes áreas pelas quais é dividido a Oceania (Polinésia, Micronésia e Melanésia). Também conhecida como triangulo da polinésia tem como seus vértices os territórios da Nova Zelandia, do Havia e de Rapa Nui (ilha de pascoa).

Mas de onde vieram os Polinésios?

A partir de estudos de DNA e de analises das línguas, estima-se que os Polinésios teriam migrado a aproximadamente 4 mil anos do sul da China, atual Taiwan para a ilha de Nova Guiné. Dali, para as ilhas Salomão, Samoa, Fiji, Tonga e assim por diante.

Esses povos foram provavelmente os primeiros a utilizar as estrelas, a interpretar os voos das aves, a formação das ondas e até mesmo as cores das nuvens para poderem navegar. Utilizando de um navio chamado “Vaka”, esses povos saiam para explorar o oceano à medida que seus locais de origem já estavam começando a ficar muito populosos. Estima-se que levavam consigo tudo que possuíam, desde animais domésticos e plantas.  

Existem muitos pesquisadores que acreditam que eles tenham chegado até Madagascar, muito provavelmente até mesmo nas Américas devido as similaridades do DNA deles com dos nossos nativos.

Voltando a Samoa.

Estima-se que os polinésios teriam chegado as ilhas de Samoa a 2 mil anos atrás, sendo que os europeus só chegariam em 1700 d.C.. Mas só acarretariam problemas para as ilhas a partir de 1830 com a chegada dos missionários e comerciantes ingleses.

Em 1889, Britânicos, Estado-unidenses e Alemães fariam a convenção tripartida de Samoa, entregando a parte leste para os Estados Unidos e a Oeste para a Alemanha. Com a derrota da Alemanha na primeira guerra, a parte Oeste de Samoa passou a ser administrada pela Nova Zelandia, até que em 1962 conseguiria sua independência sobre a alcunha de Samoa Ocidental.

Somente em 1997 se tornaria Samoa.

Mesmo com a chegada dos Europeus, os samoanos ainda mantêm uma forte ligação com sua identidade e sua cultura histórica. Seus sistemas sociais, de linguagem, cultos ainda são muito ligados ao dos polinésios antigos.

Como exemplos dessa cultura podemos citar a religiosidade e as tatuagens.

Embora o país tenha o cristianismo como principal religião hoje. A população ainda acredita que tudo no mundo possuí uma energia chamada “mana”. Esse poder é a capacidade inata de fazer algo. Esse poder também pode ser encontrado nos animais, nas plantas, nas arvores, na natureza no geral. Ele traz consigo a ideia de Tabus, algo extremamente sagrado que não pode ser quebrado de jeito nenhum dentro da cultura desses povos.

As tatuagens são uma forma de linguagem, mostrando os feitos das pessoas, de qual ilha a pessoa partiu, qual sua linhagem, sua hierarquia, suas aventuras.

Escrever sobre os povos polinésios no geral é uma aventura. Inúmeros Antropólogos se debruçaram sobre esses povos, fazendo suas pesquisas em busca de compreender essas culturas tão diversas e tão mistificada pelo conhecimento ocidental. Porém, nós ainda estamos muito distantes de compreender minimamente as logicas inerentes dos rituais que eles ainda hoje mantêm.

Essas ilhas se tornam de certa forma um exemplo a ser seguido de identidade e tradição, sobrevivendo em um mundo cada vez mais superficial e homogêneo.

 

Referências:

https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/acervo/saiba-mais-trajetoria-polinesios-oceano-pacifico-699885.phtml

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/paises-da-oceania.htm

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/samoa.htm

https://www.infoescola.com/oceania/polinesia/

https://www.infoescola.com/oceania/samoa/

 

Referências imagens:

https://www.istockphoto.com/br/foto/praia-tropical-com-coqueiros-e-casas-de-praia-em-samoa-upolu-gm949400730-259170696

https://en.wikipedia.org/wiki/Samoans


 

O Conto da Aia

 


Margareth Eleanor Atwood é uma escritora e critica literária canadense internacionalmente conhecida, tendo recebido inúmeros prêmios por seus livros. Nascida em Otawa e filha de um Entomologista, passou boa parte da sua infância próxima de florestas tendo estudado somente na oitava série, onde era uma voraz leitora dos irmãos Grimm e de livros de mistério.

Margareth Atwood.
Se decidiu por ser escritora aos 16 anos. Aos 18 chegava ao Victoria College, na Universidade de Toronto onde estudaria Artes e Inglês e publicaria seus primeiros poemas no jornal da universidade. Em 1961 ganharia sua primeira medalha por seu livro de poemas. Tornou-se mestra pela Radclife College de Harvard em 1962, onde continuaria seus estudos em pós-graduação até abandona-los antes de terminar sua dissertação.

Atwood lecionou língua e literatura inglesa em várias universidades da Inglaterra. Além disso recebeu diplomas Honoris Causa de varias universidades como a Sorbonne na França e a de Oxford na Inglaterra.

A autora tem em “O conto da Aia” seu maior sucesso literário que lhe garantiu três prêmios de ficção cientifica. Embora a própria autora não considere seu livro uma ficção cientifica.

Ela é considerada uma das maiores autoras Canadenses da atualidade, tendo sido chamada para iniciar um projeto Norueguês chamado “Future Library” onde 100 grandes autores vão escrever um livro por ano até o lançamento do projeto em 2114. Atwood escreveu o primeiro livro em 2014 do qual só sabemos o nome “Scribbler Moon”.

O Conto da Aia foi escrito em 1985 e até hoje nunca deixou de ser publicado. É considerado para a maioria dos críticos uma Ficção cientifica, porém a autora o coloca como uma ficção especulativa, na qual descreve um mundo ficcional, porém possível de acontecer. O livro foi banido em alguns momentos, mas virou filme, opera e atualmente é uma serie premiada no Streaming.

Capa da serie atual.
 

O livro retrata a história de uma república cristã militar. Onde em um futuro próximo um atentado terrorista matou o presidente e todo o congresso estado-unidense. Um grupo fundamentalista cristão chamado “Os filhos de Jacó” tomou partido desse golpe e suspendeu a constituição iniciando uma “restauração e ordem”. O grupo rapidamente criou um Estado totalitário, militar e hierárquico fundamentado em um fanatismo religioso ligado ao antigo testamento cristão. Dentro desse regime os direitos humanos são severamente limitados e os das mulheres são ainda mais restritos.

O livro é o relato de uma mulher que pertence a uma classe de mulheres denominadas “aias”. Essas mulheres conseguem ter filhos em um mundo onde a grande maioria da população é estéril e por isso são brutalmente subjugadas pela classe dominante, doutrinadas para serem propriedades de seus “comandantes” e depois dar seus filhos para serem criados pela família do “comandante”.

A “aia” relata a sua vida ao chegar à casa de seu terceiro serviço. Através de memorias, relata sua vida antes e pós golpe. A forma como a elite politica orquestro o golpe e foi aos poucos retirando os direitos das pessoas. E as diferentes formas de vida das mulheres dentro do regime.

No final do livro vemos um historiador em um futuro um pouco mais a frente analisando o relato da “aia” e tentando compreender como a sociedade se tornou daquela forma e como as coisas se transformaram em tão pouco tempo.

Atwood extrapola uma sociedade que nós já conhecemos.

Uma sociedade onde muitas pessoas são vistas como posses e possuem funções especificas e hierárquicas representadas por suas classes sociais e gênero. Dentro desse sistema rígido poucos possuem real liberdade para tentar fugir dessa lógica. Os poucos que possuem o fazem através de pequenas atitudes que os dão uma pequena parcela de vida.

A autora nos coloca frente a injustiça e a inversão de valores da elite do governo. Que utiliza de seu poder para formular um sistema doutrinário que funciona somente para uma parcela muito pequena da população e exclui a grande maioria dela. Para a grande maioria sobra somente as opções de servir ou tentar lutar em uma batalha insana que nem de longe melhora a vida dessas mulheres.

Uma dessas formas de luta também se da através da figura da “tia”. As “tias” sendo mulheres idosas e já estéreis para não serem descartadas acabam por doutrinar as mais jovens para serem “posses” e obedecer. Essa figura se aproxima da figura real do “capitão do mato” que como negro, cassa outros negros para o branco. Uma figura hipócrita e covarde em sua origem, que cassa os seus para entregar ao dominante.

Já dizia o filosofo não existe dominante sem a ajuda do dominado. A nossa sociedade de hoje está repleta desse tipo de pessoa. Nós comumente os vemos nas redes sociais e na grande mídia.

Além disso o livro critica o egocentrismo e o narcisismo dos homens da elite que culpam as mulheres por falhas que são deles. Desde o inicio da narrativa notamos como a falha não está na “aia”, mas sim no “comandante”. Fato esse que se comprova ao final do livro.

Porém a “aia” acaba por tomar a culpa. Fato esse que vemos na nossa sociedade hoje, onde as classes de baixo sempre tomam a culpa, sendo que a falha da sociedade está principalmente na classe dominante.

Um país como o nosso por exemplo nem possui uma elite intelectual. Possuí somente uma elite financeira muito fraca intelectualmente e conceitualmente.

Digno de citação também vemos a autora trazendo no epilogo aquilo que nós chamamos de História dos perdedores. Mostrando como a História pode também pensar as pessoas comuns e simples da sociedade para através delas criar um quadro social do mundo em sua época. Não somente utilizando as pessoas “extraordinárias” como por muitos anos a ciência histórica o fez.

O Conto da Aia é um livro que nunca sai da prateleira por conter uma critica que nunca sai da moda.

Uma crítica a uma sociedade que nunca muda de verdade.

A uma sociedade que continua a ser injusta e com valores cada vez mais invertidos.

A autora realmente tem razão é uma ficção especulativa e eu diria que não é futurista.

Estamos vendo isso acontecer no presente.

 

Referências:

https://rocco.com.br/produto/o-conto-da-aia/

https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Handmaid%27s_Tale

https://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Atwood

 

Referências das imagens:

https://lulunettes.wordpress.com/2015/10/03/livro-o-conto-da-aia-margaret-atwood/

https://www.britannica.com/biography/Margaret-Atwood

https://painel.play.uol.com.br/series/2195-o-conto-da-aia

https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/o-que-e-totalitarismo


Samoa

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