Para educar o potencial humano

 


Maria Montessori foi educadora, médica e pedagoga italiana. Formada em medicina utilizou de seus conhecimentos das características biológicas e psicológicas da criança para criar aquilo que chamamos hoje de "educação Montessoriana".

Maria Montessori
Na concepção de Montessori liberdade e disciplina são sinônimos, não existe uma sem a outra. Baseando-se nisso desenvolveu a ideia de “autoeducação” que consiste na interferência mínima do educador para que a criança, o espaço escolar e o material didática seja o foco verdadeiro do aprendizado.

Seu foco era a educação sensorial, base da educação intelectual da criança. Ou seja, os professores, pais e educandos deveriam destacar a liberdade e estimular as crianças para que elas façam as coisas da sua própria maneira, desenvolvendo assim seu corpo físico e mental.

Suas pesquisas foram de extrema importância para revolucionar a pedagogia. Pois, coloca no centro a criança estimulando a educação para a liberdade e a autonomia do pequeno.

No livro "Para Educar o potencial humano" publicado pós morte em 2004 pela Papirus Editora nos apresenta aquilo que a pedagoga chamou de "Educação Cósmica".

Nele a educadora enfatiza a educação da criança a partir dos seis anos para o pleno desenvolvimento de suas capacidades e respeito pelo mundo.

A educadora faz uma breve descrição da evolução do universo ao longo das eras. Dando destaque a importância da cooperação e das relações no processo evolucionário do planeta e como nós estamos conectados a essa evolução, nos tornando uma engrenagem em meio a essa evolução cósmica.

A ideia da educadora é que a criança a partir dos seis anos compreenda que "um é tudo, e tudo é um". Que tudo está ligado com o cosmos, com a natureza. Estimulando assim sentimentos de respeito, amor e cooperação desde o início da infância.

A pedagoga acreditava na interdependência de todos os elementos da natureza. Nós somos feitos pela natureza assim como a modificamos e temos que ter respeito e responsabilidade por essa transformação.

Na educação Montessoriana o foco é sempre a criança. País, responsáveis e professores devem assim criar um espaço, e um material que gire em torno da criança. Não de si mesmo. Despejando na criança conhecimentos decorados, traumas e ideologias já enraizadas.

Ouvi-la, respeitar suas decisões, emoções, tempos, particularidades se torna ponto principal na educação, tornando os educadores um observador. Alguém que deixa a criança tomar as rédeas da sua própria educação enquanto intervêm somente quando é pedido ou necessário.

Existem inúmeras escolas, professores, país Montessorianos. Seu foco é ensinar seus filhos e alunos a serem eles mesmos. Utilizando da cooperação, do respeito e do entendimento que é necessário como diria Edgar Morin, religar o conhecimento, religar as disciplinas, religar as pessoas, religar aquilo que nunca deveria ter sido separado.

 

Referências:

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Montessori

https://www.amazon.com.br/educar-potencial-humano-Maria-Montessori-ebook/dp/B07LFJNQTH

Referências das imagens:

https://papirus.com.br/produto/para-educar-o-potencial-humano/

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2020/03/quem-foi-maria-montessori-pedagoga-italiana-que-revolucionou-educacao.html


Shinsetsu: O poder da gentileza

 



"Suntsu é chinês. Shinsetsu japonesa...

Suntsu não quer dizer guerra. Ensina a arte da guerra. Shinsetsu não quer dizer paz (heiwa em japonês). Ensina a arte da paz..."

O que dizer do professor Clóvis de Barros Filho e do livro Shinsetsu: O poder da gentileza.

O primeiro um palestrante, enérgico, claro, preciso. Um dos mais requisitados do Brasil atualmente. Jornalista, filosofo e professor de Ética. O segundo uma obra prima, leitura obrigatória para as pessoas questionarem o individualismo do mundo de hoje. Um livro que mistura Rousseau, Kant, Sócrates. Hesíodo, Oscar Wilde, nossa querida Tieta do Agreste (de Jorge Amado, mas frequentemente ele cita a novela também). Filosofia pesada com o cotidiano de experiências ordinárias da vida.

Clóvis de Barros

O primeiro amante da cultura japonesa, assim como aquele que vos escreve. Professor que depois de anos dando aula de Ética, aprende algo incrivelmente novo com um adolescente Japonês. Afinal quem não se lembra dos japoneses limpando os estádios na copa do mundo.

Ato que virou notícia no Brasil. Será que ninguém se perguntou por que limpar um estádio se tornou notícia no Brasil? No Japão com certeza seria algo banal, que ninguém prestaria atenção.

A partir do encontro da Inglesa Mrs. Utility, da Italiana Moral e da Japonesa Shinsetsu o autor tenta se aproximar do conceito de Shinsetsu e nos mostrar que está na hora de pararmos de pensar só em nós mesmos.

Shinsetsu não é sinônimo de Gentileza, para aqueles que vão dizer, lá vem ele falar de "praticar a gentileza". Não, shinsetsu é um conceito que parece já nascer com os japoneses, mas muito complicado para nós ocidentais contemplarmos.

Shinsetsu é o agir levando em consideração a existência do outro. Não é agir para o outro, mas saber que o outro existe e deve ser levado em consideração quando fizermos nossas escolhas. Pois, a nossa escolha poderá atingi-lo de alguma forma.

Vivemos tempos de intolerância, de individualismo exacerbado. De discursos de ódio para com o diferente.

Clóvis nos dá uma rica gama de exemplos e de questões pra refletirmos sobre como sermos melhores, transformarmos a nós mesmos, para assim transformarmos o mundo a nossa volta. Pois, toda a transformação começa dentro de nós mesmos.

 "Se queres mudar o mundo, comece mudando a si mesmo" Mahatma Gandhi

 Sem querer através de Shinsetsu, Clóvis mostra ao leitor aquilo que é realmente importante para vida.

 

Referências: 

https://www.amazon.com.br/Shinsetsu-gentileza-Cl%C3%B3vis-Barros-Filho-ebook/dp/B07DKDNMDV

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%B3vis_de_Barros_Filho

 

Referências das imagens:

https://espacoetica.com.br/

https://www.amazon.com.br/Shinsetsu-gentileza-Cl%C3%B3vis-Barros-Filho-ebook/dp/B07DKDNMDV


A guerra esquecida do Iêmen

 

Sanaa, Iemen, 2022

Considerada a pior situação humanitária do mundo atualmente, a guerra do Iêmen já levou mais de 230 mil pessoas ao óbito. Além de condenar mais de 20 milhões a fome. Mesmo com tudo isso ninguém fala sobre assunto, ninguém ajuda, ninguém se envolve.

Os conflitos começaram em 2014, tendo início aos combates sangrentos por volta de 2015. De um lado, com o apoio do Irã, estão os grupos de Houthis, grupo fanático Xiita, considerado uma milícia rebelde. Do outro o governo de Abd- Rabbu Mansour Hadi, sunita que recebe apoio da Arabia Saudita. Mais um lugar atingido pela polarização de potências militares que divergem sobre questões político-religiosas e como sempre quem paga são os civis inocentes.

Atualmente quase 10 anos depois, também há uma coalizão ao Sul apoiada pelos Emirados Arabes Unidos que lutam para emancipar o sul de uma vez por todas. Pois, acredita-se que os Houthis nunca vão abrir mão da guerra, já que acreditam terem direitos sobre o território dados por seu Deus. Junta-se como agravante também atentados promovidos pela Al-Qaeda e o Estado Islâmico.

A guerra começou como uma guerra civil motivada por divergências religiosas, porém a entrada de países como EUA, Arabia Saudita, Emirados Árabes, Irã bem como a Otan e a ONU, acabaram por gerar um conflito que já vai para 10 anos e não figura nenhuma possibilidade de fim. Alguns dizem que é uma guerra internacional combatida dentro do Iêmen. Outros defendem que os países de fora como Arábia e Irã já se acertaram, porém as coalizações de dentro não se entendem o que mantém o conflito.

Dentro do país, os próprios Iemenitas não acreditam em um fim para a guerra devido principalmente ao fato já citado do fanatismo Houthis.

A situação na qual os Iemenitas se encontram é um absurdo em todos os aspectos. O povo sofre com o medo dos bombardeios, com a fome que não tem fim. Problemas

Crianças dividindo o pouco de comida que tem.

psicológicos, problemas físicos, é comum ver pessoas com membros amputados e pele e osso devido à falta de alimentos. Crianças com infâncias perdidas, extremamente fracas, com membros amputadas. Menores de 10 anos que só conhecem sangue, guerra, explosões. E cadê a po... dos moralistas das redes sociais botando fotinhos de "somos todos Iêmen".

Aqui peço perdão pela falta de tato no texto, mas tem certas coisas que não é possível simplesmente escrever sem se alterar.

A ONU que frequentemente mais atrapalha do que ajuda já retirou parte dos fundos para ajudar a alimentar essas famílias e ameaça retirar o resto por falta de verba. Claro, porque isso é importante agora a tal da verba. Mas que surpresa, a ONU não quer ajudar um país que não tem petróleo.

Mas, esse conflito nos traz várias questões que devem ser exploradas. Por que o mundo ignora completamente esse conflito, enquanto falam de Ucrânia e agora Israel? Por que as mídias sociais não defendem os Iemenitas? E afinal para que serve uma guerra?

Começando pelo fim. A guerra não ser para nada. Não existe vencedor em uma guerra, somente perdedores. É um conflito de interesses onde geralmente um monte de inocentes perdem suas vidas, por causa de dois ou três líderes que não se tocam, não se falam, não se olham, mas se odeiam. Acho que esses líderes deveriam eles se matarem. Eles brigarem. Estou esperando Putin e Zelenski pararem de postar coisas e irem pra linha de frente se resolverem. Mas aí não querem né? Deixa os outros se matar e matar inocentes, enquanto eles tão lá, chorando em vídeos e jogando golfe. E pra que? Por dinheiro? Por ego?

Não existe certo na guerra. Não existe vencedor. Só morte, dor, desespero e inocentes que nunca vão ser recompensados por tudo que perdem. O Homem já deveria ter aprendido, mas infelizmente, a arrogância e o ego ainda cega.

No caso das mídias sociais, hoje se vê um fenômeno triste e deprimente de solidariedade direcionada, vou chamar aqui de falsa solidariedade. Onde as mídias se solidarizam somente com aquilo que convém. Ou seja, com aquilo que elas acham importante. Então bom, é importante pra mim vou me solidarizar, não é? Que morra, não me importo. Daí toda a ênfase em Ucrânias e Israéis e nada para os Iemenitas.

Outra questão, a clara manipulação midiática de posicionar o povo de um lado. Nesses casos óbvios de condicionamento para o lado da Ucrânia e de Israel. E as pessoas claro seguem esse condicionamento e nem se perguntam de onde nasce o mesmo. Nós como um país que tem um ex-presidente patriota que bate continência para a bandeira do país vizinho, claro que lutaríamos pelos direitos do vizinho. Então nós seguimos os interesses do Tio Sam. E os interesses deles são de apoiar a Ucrânia e Israel e demonizar Rússia e a Palestina.

Como nós somos bons patriotas adestrados, a gente bate continência para bandeira do Tio Sam e segue o que eles mandam. Siga o mestre.

Aí eu pergunto? Qual o interesse deles no Iêmen? Nenhum, não tem petróleo. Aí entra a solidariedade direcionada. Não tem petróleo, não nos interessa. Que morram.

Meu deus, gente. Isso é um absurdo sem tamanho. Chega de idiotas comandando de que lado a gente fica. As pessoas tem que aprender a valorizar a vida. Não só a sua própria como a dos outros. São pessoas sofrendo monstruosidades por causa de ego de dois os três. E valorizar a vida não é postar uma foto e fingir que se importa.  

Chega de guerras sem motivo. Chega de conflitos egoístas e arrogantes.

O Iêmen precisa de ajudar. Precisa de visibilidade. Precisa de apoio.

Nós somos responsáveis por construir a sociedade. E eu tenho muita vergonha da que estamos construindo.

 

Referências: 

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gz5q58vgwo

https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/guerra-do-iemen-entenda-o-conflito-esquecido-do-oriente-medio

Referências das imagens

https://www.monitordooriente.com/20220126-por-que-o-iemen-esta-em-guerra-explicacao/

https://noticias.r7.com/internacional/fotos/guerra-no-iemen-matou-85000-criancas-de-fome-diz-ong-21112018


Conto ao Oceano



Olho para as ondas do oceano. Ouço seu som quebrando na beira da praia.  No horizonte um navio que para a minha visão parece pequeno.

Um céu vazio de nuvens, uma ou duas pandorgas. Sorriu com o pensamento que ainda há jovens que brincam com elas.

Um vento leve corta o sol escaldante que nos maltrata nessa praia cheia.

Cheia de pessoas. Inúmeras. De todos os tipos. Nenhuma se enxerga, nenhuma se vê.

Invés de fugirem do sol escaldante, usando o presente que a terra nos deu. Se escondem em sombras forjadas e celulares frios.

Mas a pessoas no mar. Crianças. Elas sim, brincam e se divertem de verdade. Sem o peso do mundo. E das escolhas idiotas.

O oceano. Presente da natureza. Nos refresca, nos brinda com seu louvor. É incrível pensar no quão imenso ele pode ser. E o quão pequeno nós somos.

Aqui sentado à beira do mar, sentindo a água gelada em meu corpo. Olhando para as tatuíras se escondendo na areia quando a água retorna. Penso nas baleias, nos tubarões. Como é incrível algo tão grandioso existir em baixo daquelas águas. Aquelas mesmas águas que em baixo do meu corpo parecem tão rasas.

Seres tão incríveis, dos quais sabemos tão pouco. E nem mesmo nos interessamos em saber, perdidos com nossos brinquedos luminosos e nossas sombras artificiais.

Oceanus, Gaia, Uranus. Um mundo vivo. De uma engenhosidade perfeita. Que nos dá carona. Nos proporcionando possibilidades incríveis em nosso pequeno sopro de vida.

É uma pena que desperdiçamos a carona.

Um brinde as baleias, aos tubarões e as tatuíras. Talvez um dia possamos seguir seu exemplo e nadar juntos nessa imensidão azul.


*Conto de autoria própria

Referência da imagem:

https://br.freepik.com/fotos-premium/uma-baleia-no-oceano-com-um-peixe-ao-fundo_46795902.htm

  

Samoa

O Estado Independente de Samoa é um pequeno país independente da Oceania. A Oceania é o menor continente do mundo, formado principalmente ...