Livro
escrito por Ailton Krenak, em meio a pandemia do Covid-19 e publicado pela
Companhia das Letras em agosto de 2020. O livro foi organizado por Rita Carelli
e contém cinco textos adaptados de palestras, entrevistas e lives feitas em
novembro de 2017 e junho de 2020.
Ailton
Alves Lacerda Krenak OMC, mais conhecido como Ailton Krenak, é um líder
indígena, ambientalista, filósofo, poeta, escritor brasileiro da etnia indígena
krenak e Imortal da Academia Brasileira de Letras. Ailton é também professor
honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e é considerado
uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo
reconhecimento internacional.Ailton Krenak
Krenak
vem se tornando um dos mais influentes pensadores brasileiros da atualidade,
trazendo ideias fundamentais para lidarmos com os desafios do mundo de hoje.
Seu livro "Ideias para adiar o fim do mundo" já vendeu mais de 50 mil
cópias e está sendo traduzido para várias línguas pelo mundo afora.
Um
daqueles livros extremamente fáceis de ler, daqueles que a gente começa a ler e
não para antes do fim dele. Com uma linguagem simples e direta. Ailton não tem
papas na língua e não se esconde atrás de palavras bonitas e de ideias
socialmente aceitas. O livro é um soco no estômago para muitos, um daqueles que
nos deixa incomodados com um sistema fracassado que não só destrói a nossa vida
como também destrói a do nosso planeta.
A
vida não é útil, traz em seu título uma crítica a ideia do homem branco de que
o "trabalho é a razão da existência" e nos faz questionar o que é
importante de verdade para nossa vida. Somos obrigados a produzir mais e mais,
acelerar mais e mais, destruir o planeta mais e mais. Fazemos tudo que nos
disseram que "é útil" e esquecemos de fazer aquilo que é importante
de verdade para nós. Nas palavras de
Ailton "O pensamento vazio dos brancos não consegue conviver com a ideia
de viver a toa no mundo. Acham que o trabalho é a razão da existência deles.
Eles escravizaram tanto os outros que agora precisam escravizar a si
mesmos" (KRENAK, pg. 62).
Crítico
feroz da ideia de que a economia não pode parar. Nos traz a reflexão sobre o
quanto esquecemos que o nosso planeta é um organismo vivo que pode nos eliminar
quando quiser e assim mesmo nós o estamos destruindo. Consumindo a vida do
nosso planeta, estamos consumindo a nós mesmos.
Muito
se falava em novo normal, o próprio Krenak no livro tem esperança de que
aprendamos. Agora sabemos que não aprendemos, que a pandemia não ensino nada as
pessoas. Que nós voltamos ao normal. Voltamos a consumir o planeta, a correr
para nossa extinção impulsionados por nas palavras do próprio krenak
"governos burros que acreditam que a economia não pode parar...".
O
coronavírus provou que somos parasitas arrogantes, a terra nos diz: “Vocês
piraram, se esqueceram quem são e agora estão perdidos achando que conquistaram
algo com os brinquedos de vocês” (KRENAK, pag. 35), nos da uma oportunidade de
pensar. E o que a gente faz? Ignora e continua fazendo a mesma bobagem.
Seguindo idiotas bilionários, empresários que matam suas próprias mães por
dinheiro.
O
agro não é pop. A sustentabilidade é uma mentira criada para satisfazer o ego
de empresários que não se importam nem com o futuro de seus próprios filhos.
Afinal como diz Krenak "não dá para comer dinheiro".
A
terra tem vida, a terra é mãe. O ser humano em sua arrogância confundiu as
coisas. Não somos nós que controlamos ela, e ela que nos deixa viver. O Covid
mostrou isso, ela nos disse "Vamos lá respirem agora quero ver"
(KRENAK, pag. 11). E aí? Acabou a arrogância, acabou o dinheiro, acabou tudo.
Ailton
e os povos nativos sabem algo que nós esquecemos a muito tempo. Dinheiro não
compra vida. E nós estamos jogando a nossa fora.
Referências:
KRENAK,
Ailton. A vida não é útil.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ailton_Krenak
Referências de imagens:
https://123ecos.com.br/docs/quem-e-ailton-krenak/
https://www.politize.com.br/ailton-krenak/
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