Admirável Mundo Novo


 

Aldous Leonard Huxley nasceu em Goldaming na Inglaterra em 1894, iniciou sua carreira estudando medicina, onde veio a se formar em Oxford, inclusive Oxford Poetry por um período curto de tempo. Huxley viajou a Los Angeles junto com sua mulher em 1937 onde ficou até sua morte em 1963. Nos EUA participou como escritor de inúmeros filmes de Hollywood.

Aldous Huxley
Huxley cresceu na Itália Fascista de Mussolini, como um grande humanista e pacifista que era passou a se posicionar contra as utopias e a denunciar a desumanização do mundo de sua época. Escreveu inúmeros livros, contos, literaturas de viagem e roteiros para o cinema, a grande maioria deles marcados pelo misticismo oriental e ocidental. Além de sua nítida crítica ao caminho que o mundo estava tomando.

O autor passou uma fase usando de substancias alucinógenas, seu livro “As portas da percepção” de 1954 interpreta sua própria experiência no assunto. A ideia do “soma” também é muito ligada a essa experiência.

O livro é uma ficção cientifica de um mundo futurista, onde tudo é controlado e condicionado por aqueles que estão no poder. Nesse "admirável mundo novo" a dor e as emoções são controladas através do condicionamento e daquilo que eles chamam de "soma", uma droga que impede as pessoas de sentirem emoções ruins e as deixa "eternamente" felizes.

A nova sociedade de Huxley é extremamente hierárquica e é condicionada a amar isso acima de tudo. Aqueles que estão em baixo amam estar em baixo e vice e versa.

Nos faz lembrar "O discurso da servidão voluntaria" de Etienne de La Boetie onde o controlador só controla, devido ao desejo do outro de ser controlado. Mas aqui as pessoas não tem escolhas, elas abriram mão dessas escolhas para nunca sentirem nada. O mundo entra em um individualismo e consumismo hedonista e abre mão de sua liberdade para isso. Será que realmente estamos muito distantes dessa realidade?

Mas sempre existem os desgarrados, sempre há aqueles que não podem ser condicionados. Isso nos leva a Bernard Marx e seu amigo. Eles são diferentes, e parafraseando o próprio livro “aqueles que são diferentes estão condenados a serem solitários”. Eles não compreendem porque são diferentes, não entendem porque tem a sensação de que a algo errado.

A obra prima por um segundo nos faz pensar que Bernard será o protagonista e encontrará o que procura. Até que entra em cena John, este sim um rebelde completamente desgarrado. É chamado pelas pessoas civilizadas de "O selvagem". É usado como uma figura de mostruário. Em algum momento se rebela e frente a frente com o controlador mundial entra em um profundo debate sobre as questões que vão além do raciocínio lógico, aquelas que pertencem ao sentimento, ao espirito, a transcendência. Ao passo que o controlador extinguiu essas questões da sociedade, pois, elas entristecem as pessoas e as deixam descontroladas.

Mas "o selvagem" em suas próprias palavras tem o direito de se entristecer e ser infeliz. E ele encontra essa infelicidade nos fazendo pensar mais uma vez sobre até que ponto o condicionamento de alguém, ou seja, aquilo que nos ensinaram quando éramos jovens é realmente uma desculpa para sermos monstruosos. Para ferirmos o outro sobre a égide de “fui criado assim, é minha natureza”.

John não se adaptava e por não ser adaptar conseguia enxergar tudo aquilo que o mundo havia perdido... John conseguiu notar a falta de motivos para se viver naquele mundo. Ao se afastar dele se sente feliz por finalmente poder fazer algo com as próprias mãos, já que as pessoas são condicionadas ao sedentarismo extremo. Mais uma vez pergunto, estamos realmente longe disso?


John também nos faz pensar sobre a família, o romance, os valores que foram abandonados pela sociedade, alguns desses sendo considerados obscenos pelas mesmas pessoas que louvam a palavra "Orgialegria".

O novo mundo é repleto de tecnologia e itens que facilitam a nossa vida, mas o que é necessário perder para chegar nesse ponto? "Orgialegria" é bem visto, família é obsceno? Individualismo é bom, lealdade é ruim? Consumismo é perfeito, construir com as próprias mãos está errado?

Parece que Huxley exagerando as questões atirou em um futuro distópico e para nossa tristeza acertou em um mundo bem real.


Referências:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Aldous_Huxley

https://www.amazon.com.br/Admir%C3%A1vel-mundo-novo-Edi%C3%A7%C3%A3o-especial/dp/6558301660/ref=pd_lpo_sccl_1/141-8044158-0491226?pd_rd_w=0FZ5Z&content-id=amzn1.sym.8151c21e-945b-4095-a73d-67d730c81d28&pf_rd_p=8151c21e-945b-4095-a73d-67d730c81d28&pf_rd_r=EK09AMEFFK8C4YJXWKZR&pd_rd_wg=UM41A&pd_rd_r=0ef6969f-0230-4324-976c-474801d89743&pd_rd_i=6558301660&psc=1

Referências das imagens:

https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/aldous-huxley.htm

https://rugidodaverdade.blogspot.com/2018/02/o-privilegio-de-ser-diferente.html


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